O brasileiro adora a internet, isso é um fato. Assim como também é fato que o país está envelhecendo e mudando seu perfil. E essas mudanças estão alinhadas: os idosos usam cada vez mais a internet. Se você que está lendo este texto ainda não passou dos 60 anos, certamente tem entre seus amigos do hatsApp ou do facebook, pessoas idosas ou auxilia – ou é auxiliado por eles- seus pais e outros familiares a fazer buscas nas redes. Se já tem mais de 60 anos, bem, você comprova o que as pesquisas estão dizendo: os idosos estão cada vez mais conectados e a tendência é que isso se mantenha.
Pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2015, mostra que em cinco anos o número de pessoas com mais de 60 anos que utilizam a rede mundial de computadores, dobrou. Entre 2008 e 2013 o percentual de idosos brasileiros que passaram a usar a tecnologia passou de 5,7% para 12,6%.
Já segundo a pesquisa “60+ na internet”, do Instituto Locomotiva, nos últimos oito anos, esse número cresceu 940%. São 5,2 milhões de pessoas conectadas, a maior parte delas moradoras da região Sudeste e pertencentes às classes A e B. O levantamento mostra ainda que a maioria dos idosos, 92%, acessam a internet via computadores, 44% via smartphones, 17% o tablete e 4% a tv. Um contingente de pessoas que movimentam R$ 330 bilhões por ano. Valores consideráveis e a serem considerados pelo mercado, tão acostumado a focar em públicos mais jovens. E, mais que isso, um forte indicativo de que o brasileiro, mesmo que lentamente, está passando a ver o envelhecimento de maneira diferenciada e menos estereotipada.
A análise que se pode fazer, ainda que rasa, dos dados das pesquisas, é que o brasileiro está deixando de ver o envelhecimento como um ponto final, como uma fase a ser esquecida, e passando a ver o período como uma fase de continuidade.