Uma pesquisa inovadora, inédita no Brasil tem buscado melhorar a resposta ao tratamento do paciente com sequelas de Acidente Vascular Cerebral (AVC). O projeto de colaboração internacional entre a Universidade de Tübingen, na Alemanha, e a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), busca a reabilitação da parte motora de pacientes que sofreram AVC a partir da utilização de um capuz de eletrodos. A pesquisa é coordenada pelo Professor Doutor alemão Niels Birbaumer e tem a participação do Professor Doutor brasileiro Guilherme Lepski, livre-docente da FMUSP e da Universidade de Tübingen.
O Doutor Lepski explica que os testes utilizam métodos não invasivos. “Colocamos um capuz de eletrodos na cabeça do paciente, o computador reconhece a intenção dele de mexer a mão e manda esse comando para uma prótese biônica. O paciente consegue efetivar o movimento como uma mão paralisada, guiado pelo próprio cérebro. Fazendo isso repetidas vezes, a pessoa reaprende a usar a mão”, explica. O foco está em pacientes que sofreram o AVC há mais de três meses e que apresentam sequelas que até o momento, são tratadas de forma paliativa. Em dezembro de 2015, os resultados dos primeiros testes foram publicados em um artigo na revista científica Plos One.
O projeto segue uma tendência internacional de desenvolver pesquisas na área de Neurociências, o que aumenta também, a demanda por profissionais especializados. Por esta razão, o Professor Guilherme Lepski elaborou no Brasil, o curso de Especialização em Neurociências, em parceria com a Escola de Educação Permanente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (EEP HCFMUSP).
O curso é coordenado pelo Doutor Lepski e pela Professora Doutora Analía Arévalo, Neurocientista pelas Universidades de Columbia, em Nova York e pela Universidade da Califórnia, em San Diego. A pós-graduação lato sensu tem duração de um ano (360 horas), voltado para profissionais da saúde, como fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, além de áreas correlacionadas à medicina como química, física, entre outros. “Este curso tem vários módulos em que são apresentadas as bases de neuroanatomia, neurofisiologia, história da ciência, filosofia da ciência, entre outros”, explica o professor Lepski. O programa envolve ainda, discussões técnicas sobre temas atuais na área de neurociência, incluindo a pesquisa da qual o Professor Lepski participa na Alemanha.
Sobre a Escola de Educação Permanente do HCFMUSP
Fundada em 2010, a Escola de Educação Permanente tem como missão, formar e capacitar profissionais da saúde, internos e externos ao HCFMUSP, antecipando as necessidades do mercado, difundindo conteúdos de referência, com utilização de tecnologia e inovação, e contribuindo para a excelência na Saúde. Fazem parte da sua grade curricular, mais de 250 cursos de capacitação, especialização e extracurriculares nas áreas médica, multiprofissional e técnica, nas modalidades presencial e a distância.
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Fonte: Terra